quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sambinha, opinião e mantra

Quem gosta da Mallu Magalhães deve ter visto o clipe que foi lançado ontem na web. O nome da canção é Sambinha Bom, e definitivamente esse é o título que a descreve perfeitamente. A melodia é aveludada, a vozinha dela acalma o coração, e a letra é apaixonante e ainda tem o bônus de ser daquelas que NÃO grudam como chiclete na nossa mente. Apenas fluem com facilidade e naturalidade. 


Apesar de essa música já estar na minha playlist diária (desde o lançamento de Pitanga, o novo disco da Mallu crescidinha), para mim o vídeo exagerou demais no uso de HDR, mas por outro lado serviu para dar uma realidade aos contornos da pele da cantora. O vestido de cores quentes e longas fitas (que lindinho!), misturado com o quarto repleto de plantas, contrasta muito bem com a versão enregelante que aparece na segunda parte do vídeo - ela fica parecendo um alien, rs. Com as imagens rolando, interpretei a música de uma maneira bem romântica, e devaneei sobre uma garota que não aguenta mais se lamuriar por alguém que ama e está longe, e por esse motivo, canta essa canção que, como mágica, faz voltar aquele que ela quer tirar a roupa, entre outras coisas. Na minha leitura, a apresentação da filmagem ora quente, ora fria, busca passar o sentimento de felicidade e tristeza de alguém apaixonado, de acordo com a presença ou ausência do famigerado ser amado, respectivamente. Aprecia aqui:


Confesso que costumava ter vergonha da Mallu quando ela era mais novinha, apesar de sempre ter gostado do seu canto um tanto débil e sereno. Fiquei com esse sentimento zombeteiro (e ridículo) após assistir a entrevistas no Altas Horas e no Programa do Jô, e vislumbrar aquela menina adolescente sem nenhum tipo de preparo diante das câmeras. Ela parecia eternamente demente e falava de um jeito devagar que me irritava. Algumas pinturas no seu rosto me faziam franzir o cenho e contorcer os lábios em desaprovação, sem mencionar aqueles trapos que eu não conseguia acreditar que ela estava vestindo.

Hoje enxergo o quão estúpida era, e que minhas opiniões eram baseadas em uma mente fechada, a qual não tolerava artistas menos robóticos e verdadeiramente autênticos. Esse assunto me lembra daquela máxima do filme O Diário de Bridget Jones: legal é gostar de alguém pelo que ela realmente é, a despeito de todas as características que podem ser vistas como defeitos por nós. Quando eu li o livro (há alguns dias), revi o filme em seguida e dei print nessa parte memorável. Gente, pelo amor de Deus, todo mundo já viu esse filme, right? Se a resposta for negativa, evitem o spoiler nas imagens abaixo:

Por causa da ordem dos prints, faz mais sentido assim: "Sim, gosto muito de você. Do jeito que você é."

De modo que optei por escrever sobre a música da Mallu pelo simples fato de gostar dela, do jeito que ela é (mesmo com seu semblante eternamente chapado, rs). Estou repetindo esse mantra cotidianamente para esperar menos das pessoas, pois estou percebendo que o nível de frustração com a vida e o cosmos diminui drasticamente. E aí, se a palavra exigência for usada, que seja exclusivamente para minhas próprias mudanças. Ou no job, é claro.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Dicas {infalíveis} para dores de cotovelo

Algum boy te deixou na mão? Damn it. But we can fix this! 


Em tempos de comunicação instantânea, você se abstém daquele ser frio e calculista que está distante e te causa mágoa em nove passos super simples:

1. Cancele as assinaturas do Facebook. Não importa se ele viajou para Paris e está super feliz com seus amigos. Não curta a indiferença dele para com você, com um like naquela foto que está perfeita, com aqueles traços maravilhosos e uma torre meio assimétrica de fundo.

2. Não fuce as demais redes como Twitter e Foursquare. A última coisa que você precisa saber é o que ele anda fazendo ou reclamando, ou por onde ele anda. Viu que ele foi naquele restaurante que vocês amavam ir? Ou naquele outro que você sempre pediu que ele o levasse? Não adianta, foi-se o tempo. Pare com a geolocalização, e a autoflagelação. 

3. Apague as mensagens do início dos diálogos carinhosos e aquelas que são top de linha e você mostrou a todas as suas amigas. Agora, a possibilidade daqueles textos sedosos serem verdadeiros é bastante remota.

4. Apague o número dele. Caso você tenha acesso aos 8 algarismos mágicos de alguma forma (infelizmente talvez você tenha decorado), naquela hora em que você estiver ébria de margaritas ou mojitos, seus dedos confusos discarão o destino sofrível e você dirá, de uma forma desconcertante, que o ama e quer a presença dele agora. Ele estará com a outra.

5. Não converse com o best dele. Você sabe que está fazendo isso só para saber como o dito-cujo está vivendo e amando a nova vida sem você. Seja mais do que isso! E assista a Friends imediatamente (a fim de tentar desanuviar)!

6. Apague as músicas que lembram dos momentos que vocês estiveram juntos, não importa o quanto você goste delas. Você não está em condições de relembrar bons instantes quando, na verdade, está sozinha.

7. Aproveitando o embalo: em hipótese alguma escute Adele. Sim, eu sei, ela conseguiu sucesso e dinheiro com suas dores de cotovelo. Mas é improvável que você consiga alguma grana com esse sofrimento todo.

8. Evite a praça que vocês costumavam sentar e ler juntos ou escutar as histórias maravilhosas ou revoltantes um do outro. Ele não quer mais contar pra você.

9. Diga sim a todas as festas que você for chamada (caso seja impopular, vale dar um search na noite da sua cidade e marcar presença mesmo assim), e mostre publicamente sua rotina avassaladora e divertida. Atenção: ninguém precisa saber que a cada dez confirmações, você foi apenas em uma, e só para levar sua irmã mais nova.

Em tempos de comunicação instantânea, as aparências importam muito mais do que a realidade, a qual revela você desajeitada, sem frequentar à casa de depilação, com a academia atrasada e exercendo piamente a moda zumbi.


(Descarte as dicas de um Alien afetado. 
A resposta para pessoas que não querem estar com você é simples: elas não são capazes de mensurar o quanto estarão perdendo com isso).

Nota da autora: A confecção e publicação de um texto humorístico, bobo e irônico desses foi fruto da vida adulta e conturbada dos últimos tempos. Se eu levar a vida mais a sério, vou ter um infarto aos vinte e um anos! Em respeito à minha sanidade e na tentativa de impedir uma morte prematura, publico meu primeiro texto de dicas infalíveis. O formato colunista foi possível graças às lembranças de Antonio Prata e suas interações com leitoras da Capricho do ano milenar. Alguém lembrou dele? Hahay. (Gente, não precisam se preocupar, eu não levei um pé na bunda do meu namorado - ainda.)

© Escreva carla, escreva
Maira Gall